Histórias de Moradores de ChapecóEsta página em parceria com o Museu da Pessoa é dedicada a compartilhar o acervo de vídeos e histórias com depoimentos dos moradores.
História da Moradora: Rosalia Mary Wentz Biasuz Vídeo: Lançando para a vida, para o mundoSinopse: Rosalia Mary Wentz Biazus, natural de Chapecó (SC), conta como foi crescer numa cidade pequena. Lá que estudou, brincou e se desenvolveu. Rosalia conta em seu depoimento como foi ter contato com um estudante intercambista, estrangeiro, numa cidade pequena e também como essa vontade ficou latente. Foi quando estava namorando um rapaz, na sua mocidade, que conheceu o marido, que tinha acabado de chegar à cidade. História: A história toda foi em 1971. Um amigo nosso, meu e de minha irmã, começou a estudar em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e soube do AFS, do Comitê de Santa Maria. Aí ele esteve em Chapecó, eram férias de inverno e nos encontramos depois de ir ao cinema e ele nos acompanhou até em casa e nos contou que ele estava se despedindo e que ele iria para os Estados Unidos para fazer a experiência de AFS. Aí eu perguntei: “Mas exatamente o que é isso?”, e ele me contou como funcionava: devia ser jovem estudante de Ensino Médio e que estivesse dentro dessa faixa etária, se inscrevia para uma seleção, fazia uma prova, algumas outras atividades e ganharia uma bolsa para ficar um ano nos Estados Unidos. Como eu acreditava muito no valor dessa experiência, eu quis muito que o Guilherme [filo mais velho] fizesse um intercâmbio. Quando o Guilherme ia fazer 15 anos, a Cristina [minha cunhada] já não trabalhava mais com o AFS em Caxias [do Sul], já morava em Porto Alegre. Eu telefonei pra ela perguntando: “Tu sabes onde está o escritório nacional?”, ela disse: “Olha, eu sei que é no Rio de Janeiro mas eu perdi o contato, não tenho telefone”. Foi aí que eu procurei, através de uma telefonista. Ela me informou o número do escritório do AFS no Rio de Janeiro. Eu entrei em contato com o escritório e eles me informaram a pessoa que trabalha no AFS até hoje em Florianópolis, que é a Tania Lee. Telefonei pra Tania à noite, conversamos longamente, ela me orientou que o Guilherme poderia fazer a seleção pro AFS no ano seguinte e uma semana depois ela me ligou e me propôs que eu trabalhasse com o AFS em Chapecó. A Tania me convidou uma semana depois de nós termos falado, e eu disse: “Eu vou encarar isso e vou fazer isso porque eu não quero só pros meus filhos”. Porque eu achei tão maravilhoso e Chapecó não tinha ainda. Tinha uma escola de inglês que oferecia uma experiência de intercâmbio nos Estados Unidos como uma premiação pros seus estudantes. Então, eu fiz parcerias com escolas, a princípio com a escola onde meus filhos estudavam, depois eu fui ampliando e fui conversando com as famílias e frequentando os lugares que eram possíveis, levando nosso filho intercambista junto, ia apresentando a ele para as pessoas e propondo para amigos e conhecidos a experiência de intercâmbio. E eu nunca mais parei. Eu trabalhei no comitê de Chapecó por 19 anos como presidente e fui ampliando. Levei a proposta pra cidades próximas de Chapecó, pra Xaxim, pra Xanxerê, pra São Miguel D’Oeste, eu nunca parei. Eu estava correndo com a minha família mas também fazendo toda essa instalação do comitê de Chapecó e ampliando a atuação do comitê para as nossas cidades próximas. Foi uma loucura, mas uma loucura muito boa. Quando Guilherme viajou, foi toda aquela preparação, eu fui a Florianópolis com a turminha de Chapecó, inclusive com o Guilherme, pra fazer a seleção. Nós fomos por três vezes a Florianópolis nas seleções que eram feitas no comitê, realmente foi uma empolgação, foi um entusiasmo enorme pra fazer o intercâmbio. Quando Guilherme viajou, eu passei seis meses sem entrar no quarto dele, eu não conseguia. Eu não conseguia entrar. Foi muito difícil. Depois, quando a experiência já estava dele bem encaminhada, eu comecei a me dar conta: “Nossa, daqui a pouco ele está voltando”. Foi aí que eu comecei a entrar no quarto dele e organizar as coisas de novo pro retorno dele. Deus do céu, é muito difícil! E foi meu primeiro filho a sair de casa. E é uma coisa bem difícil você ler Khalil Gibran, eu li muito quando era guria. E aí: “Os filhos são como umas flechas que você lança com arco para vida”. Não é tão simples assim não (risos), não pensem que é!
|
Sobre o EncontraChapecó Fale com EncontraChapecó ANUNCIE: Com Destaque | Anuncie Grátis |
|